sábado, 31 de maio de 2008

"Pushing Daisies"


Essa série da Warner trata o tema do amor com uma sensibilidade fascinante. E isso sob uma bem-urdida trama quase boba de investigação criminal. E as cores vivas e imaginação poderosa e suave a um só tempo só reforçam o clima de mágica fantasia do amor - e da série, por tabela.

Agora, que danado quer um marmanjo todo errado como eu falando de amor? Eu queria era falar da série, que pra mim é espetacular, e não tem como falar dela sem falar de amor, ora pois. Assim justificado, e supondo ter com isso salvado a imagem da minha inquestionável virilidade, toquemos em frente este confuso comentário.

Na série, o protagonista, Ned (provável anagrama de NDE - "near death experience"), descobre na infância que tem o poder de, com um toque, ressucitar pessoas, animais, frutas podres, enfim, qualquer coisa antes viva. O foda é que, com o toque seguinte, ele devolve à morte aquilo que ressucitou antes, e dessa vez sem jeito de verdade.

Pois bem: acaba que ele finda ressuscitando seu primeiro - e único - amor, desde a infância separado dele, a mimosa Chuck. E Chuck também o ama, mesmo sem poder tocá-lo de jeito nenhum. E assim eles vão, sem poder consumar esse amor, nem por isso menos verdadeiro - e talvez por isso mais puro e nobre.

Ocorre que os dois são felizes assim, e tudo contornam com uma pureza cativante. Interessante que, deixando todas as bobeiras que juntam e afastam de lado, tão comuns em relacionamentos normais, o deles prossegue justamente na ausência do contato físico. Ficam evidenciadas, no caso deles, somente as coisas que realmente aproximam e afastam. Interessante aquela cena em que eles findam dançando com roupas de apicultura no teto de um prédio onde criam abelhas. Muito show, a série.

domingo, 25 de maio de 2008

Essa marra que tu tem


“Essa marra que tu tem,

qual é?

Tira onda com ninguém,

qual é?”

Quase tudo não passa de marra, de um arroto de ousadia, um latido de um cão que ladra, a vanglória do bêbado verdadeiramente reles. O desafio vazio – melhor seria não fazer ameaças sem o poder para cumpri-las de fato. E o Diabo é quem age assim. Deus raramente aparece – mas Ele está lá, sempre. E age na manha, a gente só nota quando Ele já fez. É só prestar atenção na Justiça Divina: Ela só vem quando a gente já não A esperava, e pedir por Ela é até pior, é tentar a Deus – assim como o Diabo fez com o Cristo no deserto. E ele não foi tolo, não saiu por aí transformando pedras em pães – ou pãos, é questão de opiniães, como diria Guimarães Rosa. Toda sabedoria provém de Deus. É só prestar atenção.