domingo, 21 de dezembro de 2008

Eu sou é brega!


Eu sou das pessoas mais brutas que conheço. Para mim, o preto é preto, o branco é branco, o bonito é bonito, o feio é feio, o certo sou eu e o errado são os outros. Digo o que penso na maioria das vezes, e faço o que não devo quase sempre - e muito bem feito, obrigado. Não gosto de açúcar em meu café, não adulo criança pequena nem gente idosa, e não gosto de explicações com mais de três frases (introdução, desenvolvimento e conclusão). E escutar calado tem mais a ver com desatenção do que com concordância.

Por outro lado, eu sou um cara inegavelmente sensível (claro que sou!). Tem dias em que desconfio sentir até a poeira rolando por sobre a minha pele. Sociedade dos Poetas Mortos é um dos meus filmes prediletos, às vezes passo dias com um poema chacoalhando em minha cachola, e ver um pai de família chorando sempre aperta um pouco mais o eterno nó cego que há em minha garganta. E eu posso não ter essa sensibilidade toda para olhares, que não me dizem nada que eu não fosse descobrir de qualquer jeito, cedo ou tarde. Mas uma palavra, por vezes, vale mais que mil bofetes. E o soluço da Bem Amada (me perdoe, Vinícius) ribomba como um trovão dentro de mim, e ela chorando sou eu desmanchando e escorrendo pelo seu rosto - suas lágrimas.

Donde concluo, sem medo de errar (como sempre) e com a certeza dos que assumem a própria obtusidade com resignação (e uma certa arrogância): eu sou é brega. Esse misto de brutalidade e sentimentalismo barato só pode ser a semente de um girassol prestes a brotar em meu paletó colorido.

Um comentário:

DÉBORA disse...

Baby, se vc fosse diferente dessa sua tão bem feita auto-descrição, seria tão desinteressante :P Vc é o meu breguinha preferido!
Conta sempre comigo, viu?
Bjãozão da sua fã número 1